quinta-feira, 18 de junho de 2020

NOTA SOBRE OS ÚLTIMOS INFORMES DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

O Comando de Luta da Educação de Aparecida de Goiânia, vem por meio desta, exigir esclarecimentos acerca dos comentários da pauta da  reunião realizada entre a SEMECT e os diretores acorrida no último dia 15/06/2020.

Concordamos, junto com  grande parte da categoria, que é um absurdo a SEMECT  e a prefeitura proporem um retorno das aulas presenciais  para agosto sem o devido estudo da gravidade da situação, análise do crescimento da pandemia do Coronavírus, sem as devidas proteções para alunos/as e servidores/as, nem testes para toda população.

Grande parte de professores/as e administrativos/as se enquadram no grupo de risco, ou seja, deverão estar dispensados do trabalho, o que geraria uma sobrecarga excessiva aos demais, visto que o déficit de servidores/as já é enorme. 

Temos salas de aula superlotadas, sem condições para manter o distanciamento necessário, estrutura e higienização precária das escolas em "tempos normais" devido ao grande déficit de servidores/as administrativos e de material de higiene e limpeza. 

Se caso houver um escalonamento de turmas, como tem sido feito no comércio, ainda tem a questão de uma mesma família ter filhos em turmas/anos diferentes na rede. Como as famílias vão  administrar essa questão? Enquanto uma criança tem aula a outra ficará em casa?

Em todos os outros países onde os comércios e escolas voltaram a funcionar isso ocorreu após o "achatamento da curva", quando se diminui gradativamente o número de contaminação e vidas perdidas para o Coronavírus. O que não está acontecendo em nosso país e principalmente em nossa cidade. O número de casos em Aparecida de Goiânia se multiplicou após a autorização da abertura do comércio por parte do prefeito Gustavo Mendanha. 


Outro grande absurdo é a ameaça de retirada das dobras e apoios, já sinalizada desde a posse do novo secretário Wanderlan Renovato em maio de 2020, corte de regências e gratificações caso as aulas presenciais não retornem, repassada por alguns diretores no informe da reunião. Teremos nós, servidoras e servidores da rede que escolher, assim como o restante da população, morrer de covid ou morrer de fome e não conseguir pagar suas contas? Uma grande parte da rede é constituída de dobras, que são de extrema importância, pois há um grande déficit de professores/as e agentes educativos/as, que em tempo socorrem às escolas e aos alunos e alunas quando essas necessitam.

Estamos vivendo um período muito difícil, onde servidores/as, alunos, população em geral e suas famílias estão perdendo seus entes queridos por falta de uma saúde pública eficaz, por falta de vagas em UTIs e respiradores disponíveis. E a SEMECT, assim como a prefeitura de Aparecida tem outras preocupações. 

Outro aspecto irrelevante que foi discutido e foi matéria na imprensa é a tal "Festa Junina em sistema de drive-thru". Servidores estão sendo convocados para trabalhar presencialmente em um dia não letivo pelos gestores das escolas, alguns sendo constrangidos com "ameaça" de corte de ponto ou assinatura de atas, caso não compareçam. Onde nós estamos? Um risco desnecessário para as famílias e servidores/as. 

Outro ataque aos direitos básicos dos trabalhadores/as é o rodízio para os administrativos durante as férias de julho, dividindo o gozo do período de férias em 2 etapas (20 dias em julho e 10 dias em janeiro) uma decisão arbitrária e ilegal (violação ao § 1° do art. 34, da LC n° 95/2014, alterada pela LC n° 166/2019). 

Como se não bastasse tanto descaso com os servidores/as e a educação dos filhos e filhas dos trabalhadores e  trabalhadoras haverá ainda  a entrega de uniformes nesse momento tão delicado de um possível pico de Pandemia. Isso é colocar milhares de pessoas  em risco para algo estritamente politiqueiro, o que demonstra nenhuma preocupação com a saúde da população. E muito menos com as reais necessidades dos estudantes, que nesse momento nem de longe passa a ser uso do uniforme. 

Portanto os trabalhadores da educação exigem imediata explicação da Prefeitura e da SEMECT sobre a ameaça dos cortes de direitos e das medidas de retorno às aulas em agosto, bem como de outras questões tratadas nessa nota. 

Não se falou em piso e nem data-base dos trabalhadores que deveriam ter sido pagos no mês de maio. Não se falou em nenhuma das pautas cobradas pelo Comando de Luta e pela categoria. 

Não aceitaremos mais descaso e desrespeito com a educação. 

Não aceitaremos mais nenhuma retirada de direitos. 

Ainda em tempo, convidamos toda a categoria para uma reunião virtual entre o Comando de Luta e os servidores no dia 26/06/2020 às 19h através do aplicativo TeamLink que será divulgada ainda essa semana através de cartaz.



2 comentários:

  1. Boa noite! E o aumento dos administrativo? Sou agente porém, lotada como administrativa, é quando fui tomar posse exigiram o magistério? Outro absurdo que deveria que deveria ser olhado!

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