quarta-feira, 21 de março de 2018

CARTA ABERTA AOS PAIS


Viemos, por meio desta, buscar apoio dos senhores e senhoras e denunciar o descaso, a precarização e a desvalorização da educação pública e gratuita nesse município, como ocorre em todo o Brasil. Há muito tempo os trabalhadores da educação vêm lutando por uma educação pública de qualidade, que possa assegurar os direitos mínimos de aprendizagem.
Em 2015, no governo Maguito Vilela (PMDB), vivenciamos em nosso município o descaso do governo em cumprir integralmente as leis que resguardam a carreira dos profissionais em educação e não houve outra alternativa a esses trabalhadores, que não fosse a greve.
Durante 56 dias professores e administrativos lutaram incansavelmente para garantir que fossem cumpridos os seus direitos, como o pagamento do piso e data-base. Mesmo assim, com uma manobra imoral, o prefeito conseguiu pagar 5% a menos do piso salarial estipulado pelo Ministério da Educação e deixou os administrativos sem o reajuste da data-base de janeiro a maio (de 2016) não pagando o retroativo. Um enorme calote para os trabalhadores da educação.
Desde então a categoria dos trabalhadores da educação decidiu, em 5/12/2015, fundar um sindicato alternativo – Comando de Luta – combativo, diferente do que esteve tanto tempo “representando os trabalhadores”. Esse sindicato denuncia e combate todas as artimanhas que a prefeitura e a Secretaria de Educação utilizam para não cumprir com seus deveres (leis) junto aos trabalhadores e aos estudantes.
Gastam o dinheiro do povo em programas e materiais desnecessários aos nossos alunos, de qualidade e custo duvidosos (jogos mega gigantes, laboratório de matemática, programa escola da inteligência, e mais recentemente, o projeto Ler Faz Bem, que além de não apresentar nenhuma novidade, traz um material de baixa qualidade), gastos exorbitantes na aquisição de aparelhos de ar condicionados que até hoje continuam desativados. A educação municipal sofre com todo esse péssimo investimento e sucateamento das escolas.
·       Não há cadeiras para todos os alunos;

·       Não há livros didáticos suficientes;
·       Desde 2015 não chegam uniformes para os alunos;
·       Não há vagas suficientes para crianças de 4 e 5 anos que, por lei, deveriam estar em cmeis;
·       Faltam professores regentes, professores de apoio, professores de educação física, agentes educativos, merendeiros (as), auxiliares de serviços diversos, auxiliares de secretaria, bibliotecários(as), professores de informática (a maioria dos laboratórios foi até desativada por falta desse profissional);
·       As salas de aula estão superlotadas;
·       Salas de aula são inundadas durante as chuvas por falta de manutenção no telhado;
·       Banheiros com portas quebradas;
Tudo isso acontece por falta de investimento ou falta de competência para fazê-lo, visto que a estimativa de investimento do FUNDEB para o município nesse ano foi de 152 milhões de reais. 
Os trabalhadores da educação estão, desde 2013, sem receber os incentivos previstos no plano de carreira do servidor, os trabalhadores administrativos recebem 60 reais de vale alimentação que não é reajustado desde 2014. Esses são apenas alguns dos inúmeros problemas que a educação municipal enfrenta e o prefeito Gustavo Mendanha, afilhado político de Maguito, bem como, o secretário de educação e cultura Rodrigo Caldas, não saem das redes sociais alardeando o sucesso de seus mandatos.
Diante disso, os trabalhadores da educação não veem outra alternativa senão paralisar suas atividades na tentativa de negociar com o prefeito que se recusa a atender tais demandas. No último dia 14 foi a primeira Assembleia, a próxima será no dia 03 de abril e não há como descartar outras paralisações e até a deflagração de greve, na tentativa de obtermos nossos direitos cumpridos.
Contamos com o apoio das famílias dos nossos alunos em compreender os motivos que nos fazem paralisar as atividades e a colaboração conosco na cobrança da valorização da educação pública. Entendemos que somente essa é capaz de mudar a realidade das nossas crianças e oferecê-las uma perspectiva de vida digna.

Trabalhadores da educação de Aparecida de Goiânia. 
Sindicato Comando de Luta da Educação de Aparecida de Goiânia.
Para formato em word, acesse o link:





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